Bom...
Hoje resolvi falar um pouco mais de mim... minha história... minha vida... e acredito que os apaixonados, em algum momento vão enchergar alguns pedaços de si mesmos nesse espelho...
Se era amor? Não era. Era outra coisa. Restou uma dor profunda, mas poética. Estou cega, ou quase isso: tenho uma visão embaraçada do que aconteceu. É algo que estimula minha autocomiseração. Uma inexistência que machucava, mas ninguém morreu. É um velório sem defunto. Eu era daquele homem, ele era meu, e não era amor, então era o que?
Dizem que as pessoas se apaixonam pela sensação de estar amando, e não pelo amado. É uma possibilidade. Eu estava feliz, eu estava no compasso dos dias e dos fatos. Eu estava plena e estava convicta. Estava tranqüila e estava sem planos. Estava bem sintonizada.
E de um dia para o outro estava sozinha, estava antiga, escrava, pequena. Parece o final de um amor, mas não era amor. Era algo recém-nascido em mim, ainda não batizado. E quando acabou, foi como se todas as janelas tivessem se fechado às três da tarde num dia de sol. Foi como se a praia ficasse vazia. Foi como um programa de televisão que sai do ar e ninguém desliga o aparelho, fica ali o barulho a madrugada inteira, o chiado, a falta de imagem, uma luz incômoda no escuro. Foi como estar isolada num país asiático, onde ninguém fala sua língua, onde ninguém o enxerga.
Nunca me senti tão desamparada no meu desconhecimento. Quem pode explicar o que me acontece dentro? Eu tenho que responder às minhas próprias perguntas. Eu tenho que ser serena para me aplacar minha própria demência. E tenho que ser discreta para me receber em confiança. E tenho que ser lógica para entender minha própria confusão. Ser ao mesmo tempo o veneno e o antídoto.
Se não era amor, era da mesma família. Pois sobrou o que sobra dos corações abandonados. A carência. A saudade. A mágoa. Um quase desespero, uma espécie de avião em queda que a gente sabe que vai se estabilizar, só não sabe se vai ser antes ou depois de se chocar com o solo. Eu bati a 200Km/h e estou voltando a pé pra casa, avariada... Muito avariada!!!
Eu sei, não precisa me dizer outra vez. Era uma diversão, uma paixonite, um jogo entre adultos. Talvez seja este o ponto. Talvez eu não seja adulta suficiente para brincar tão longe do meu pátio, do meu quarto, das minhas bonecas. Onde é que eu estava com a cabeça, de acreditar em contos de fadas, de achar que a gente manda no que sente e que bastaria apertar o botão e as luzes apagariam e eu retornaria minha vida satisfatória, sem seqüelas, sem registro/Boletim de ocorrência?
Eu nunca amei aquele cara. Eu tenho certeza que não. Eu amei a mim mesma naquela verdade inventada. Não era amor, era uma sorte. Não era amor, era uma travessura. Não era amor, era sacanagem. Não era amor, eram dois travessos. Não era amor, eram dois celulares desligados. Não era amor, era de tarde. Não era amor, era inverno. Não era amor, era sem medo. Não era amor, era melhor... e muitas e muitas vezes... pior!!!
(Hope)
5 comentários:
OI MINHA DELICADA MENINA ,ENTENDO VC E TE ADMIRO MUITO,E DESDE JÁ SAIBA QUE TEM ALGUEM ESPECIAL QUE CUIDARA DE VC E TE DARA AMOR E CARINHO. BJS.... LORD
Oi querida Hope, antes de mais nada obrigada pelos comentários em meu blog. Sempre nos dá satisfação saber que, o que fazer com tanta dedicação, é apreciado por outras pessoas.
Quanto ao seu texto, eu não a conheço, não sei se foi apenas um texto reflexivo ou se de fato você passou por isso.
Se foi um texto, parabéns pelas palavras bem colocadas, pela coerência (incoerente... rs) do que escreveu e pelo antagonismo... Lindo demais...
Mas, se viveu tudo isso, tenha uma certeza, na vida somos sempre aquilo que queremos ser, portanto por pior que possa parecer a situação, cabeça erguida que nada é por acaso. Se uma coisa ruim aconteceu é pq. outra MUITO melhor virá.
Um grande beijo... estarei sempre por aqui pois, aprecio as coisas bem feitas e seu blog é assim, bem feito e gostoso de ler.
Querido Lord Newaer...
agradeço as palavras deliciosamente doces e deixo meus mais submissos beijos.
Hope
Kamille...
Infelizmente o texto não é reflexivo! É duramente verdadeiro... e demorei quase um ano fora desse sofrimento para que conseguisse colocar em palavras o q aconteceu... mas foi como uma catarse! Amei o seu carinho! Amizades se fazem assim!
Bjos,
Hope
Menina que história triste... Mais um motivo p vc não procurar um Dom e sim uma Domme!
Bjoks
Sua Domme
Milady...
Mais uma vez agradeço seu carinho... é sempre um prazer recebe-la!
Bj
Hope
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